Vale a pena parcelar uma compra?
Vale a pena parcelar uma compra?
Independentemente de optar pela compra à vista ou parcelada, evite adquirir um bem por impulso
Ao adquirir um bem, a dúvida de comprar à vista ou parcelado pode surgir. A oportunidade de diluir o custo do bem pode ser ilusória em algumas situações. Veja algumas dicas para tomar a melhor decisão:
Se você dispõe de tempo, pode juntar mensalmente o valor que seria destinado ao pagamento das parcelas em um investimento e efetuar a compra à vista no final do período. Nesse caso, você juntará o útil ao agradável, pois contará com a rentabilidade do investimento e ainda poderá negociar um bom desconto no momento da compra.
Para os casos acima, destacam-se dois pontos de atenção: primeiramente, o investimento escolhido para essa finalidade deve ser de baixo risco e alta liquidez. Segundo, lembre-se que alguns investimentos possuem a incidência de imposto de renda, então o imposto deve ser levado em conta. Por exemplo: se o valor que você deixaria aplicado rendesse R$ 100,00 no período, mas pagasse um imposto de R$ 10,00, o valor que você deveria usar para comparar com o desconto seria R$ 90,00 (o valor do rendimento menos o valor do imposto).
Quando o valor do desconto for igual ao valor do rendimento, fica a seu critério. O que você prefere? Pagar à vista e não ter o compromisso mensal de pagar as parcelas ou o pagamento parcelado diluído ao longo dos meses?
Agora, se você não dispõe nem do recurso para a compra à vista nem do tempo para juntar o dinheiro, resta apenas a opção de parcelamento. Nesse caso, procure sempre os parcelamentos com os juros mais baixos possíveis ou até sem juros (modalidade muito comum no cartão de crédito). Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados ao contratar uma compra parcelada.
Em vez da taxa aplicada (taxa nominal), observe sempre o CET (custo efetivo total), pois muitas vezes no valor final da parcela são embutidos taxas, impostos e seguros que fazem com que o valor final seja mais alto que apenas aplicando-se a taxa contratada. Um exemplo comum disso é a taxa zero na compra de um bem. Realmente a taxa de juros aplicada sobre o valor parcelado é zero, mas quando você soma as parcelas vê que o valor final a ser pago é superior ao valor do bem. Isso ocorre porque junto ao valor da parcela você pode, por exemplo, ter que pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), comum em operações de financiamento.
Outro ponto importante é lembrar que, ao fazer uma compra parcelada, você está assumindo um compromisso financeiro de pagar um valor específico por determinado período. Por isso, as parcelas devem ser incorporadas a seu orçamento mensal a fim de que ele não fique deficitário.
Autora: Por Bárbara Souza, planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.