O que é marcação a mercado e como esse processo funciona?

O que é marcação a mercado e como esse processo funciona?

18/12/2023

Ter o entendimento de determinados termos, conceitos e processos do mercado financeiro é essencial para fazer investimentos de forma mais adequada e estratégica. Nesse contexto, saber o que é e como funciona a marcação a mercado é indispensável.

Afinal, trata-se de um mecanismo que deve ser analisado pelos investidores para evitar a perda de capital. Ele também contribui para potencializar as chances de ganhar dinheiro, a depender dos movimentos do mercado.

Interessado em saber o que é a marcação a mercado e como esse processo funciona? Então não deixe de conferir as informações deste post!

O que é e como funciona a marcação a mercado?

A marcação a mercado é um mecanismo de atualização diária da precificação de um investimento. Ela está relacionada, em especial, a títulos de renda fixa e cotas de fundos de investimento.

Na prática, esse mecanismo pode impactar diretamente o retorno de um título, caso você faça o resgate antes da data de vencimento. Por esse motivo, é fundamental compreendê-lo para tomar melhores decisões na hora de realizar a venda de um título ou cota de fundo no mercado secundário.

Para entender melhor, veja um exemplo!

Exemplo prático para entender o que é a marcação a mercado

Imagine que você tenha investido R$ 100 mil no Tesouro Prefixado, um título do Tesouro Direto, cuja rentabilidade ofertada é de 10% ao ano e o prazo é de 5 anos.

Esse tipo de aplicação é caracterizado por manter uma taxa de juros fixa. Logo, se você mantiver o investimento em sua carteira até o vencimento, o seu dinheiro renderá 10% ao ano, conforme estabelecido no momento do aporte.

Contudo, e se você quiser ou precisar se desfazer desse título antes, por exemplo, após 2 anos? Nesse cenário, ainda que você tenha liquidez diária garantida pelo Tesouro, a sua aplicação sofrerá a marcação a mercado.

É válido saber que esse mecanismo é influenciado por diferentes fatores, e um dos principais é a curva de juros ou yield curve. Então comportamento e as projeções da taxa Selic influenciam os resultados. Ele também depende de fatores como liquidez e relação entre demanda e oferta.

Nesse sentido, considere que, no momento em que você fez o seu investimento, a taxa básica de juros estava em 12% a.a. Se 2 anos depois ela estiver em 13,5% ao ano, a tendência é que sua aplicação prefixada desvalorize se for resgatada antes.

Afinal, ela terá um retorno menor do que os novos títulos emitidos com a Selic mais alta. Por causa disso, o seu investimento pode ter uma queda na procura, uma vez que o seu rendimento será inferior ao das aplicações disponíveis atualmente. Trata-se de uma questão de oferta e demanda afetada pela curva de juros.

Com essas configurações, caso você resgate o dinheiro em 2 anos, é provável que o retorno seja menor. Por outro lado, se após esse período a Selic estiver em 8% ao ano, o seu título valorizará, visto que a taxa fixada é superior. Como consequência, você poderá ganhar dinheiro com o resgate antecipado.

Qual a função desse mecanismo e como investidores podem utilizá-lo?

A partir do exemplo anterior, é possível compreender de forma mais clara o que é e como funciona a marcação a mercado. Contudo, além de ter esse entendimento, é necessário saber a função desse mecanismo e como você, investidor, pode aproveitá-lo.

A marcação a mercado fornece uma avaliação mais atualizada e precisa em relação ao preço de um investimento. Desse modo, ela permite que os investidores tomem decisões mais embasadas e estratégicas em termos de alocação de recursos ou venda de aplicações.

Por meio do uso correto desse mecanismo, você pode identificar oportunidades para, por exemplo, antecipar o resgate de um título e obter ganhos maiores com ele. Da mesma forma, ao considerar os efeitos da marcação a mercado, há chances de evitar resgates em períodos que gerem prejuízos.

Como a marcação a mercado é apresentada no dia a dia do investidor?

Como você viu, a marcação a mercado está relacionada à precificação de títulos e de cotas de investimento. Porém, nem sempre essas informações são apresentadas de modo claro aos investidores, devido à existência da marcação na curva.

Entenda a diferença entre esses mecanismos e veja quais são as mudanças na marcação a mercado para a renda fixa!

Marcação na curva

O primeiro tipo é conhecido como marcação na curva. Nesse modelo, o valor dos títulos é avaliado e apresentado com base na rentabilidade a ser paga no vencimento — o que nem sempre reflete o preço real dos investimentos no mercado.

As aplicações que seguem essa regra nas plataformas de investimentos são:

●       CDBs (certificados de depósito bancário);

●       LCIs (letras de crédito imobiliário);

●       LCAs (letras de crédito do agronegócio);

●       Letras financeiras.

A marcação na curva pode ajudar a avaliação de investidores que pretendem manter seus títulos até o vencimento ou por um prazo mais longo. Porém, ela não deve ser o único elemento considerado ao avaliar a possibilidade de um resgate antecipado.

Marcação a mercado

A marcação na curva pode ajudar a avaliação de investidores que pretendem manter seus títulos até o vencimento ou por um prazo mais longo. Com ela, é possível acompanhar a atualização da rentabilidade de determinado título.

●       CRIs (certificados de recebíveis imobiliários);

●       CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio);

●       Debêntures;

●       Títulos públicos adquiridos via tesouraria.

Desde janeiro de 2023, os bancos devem apresentar aos investidores o saldo atualizado pela marcação a mercado para essas aplicações feitas por pessoas físicas. A frequência de atualização deve ser, pelo menos, mensal. Anteriormente, apenas o Tesouro Direto seguia essa prática.

Com a mudança, os investidores conseguem ter uma ideia mais próxima de quanto receberão caso optem pela antecipação do resgate. Dessa maneira, não é necessário calcular os valores pautados na marcação a mercado. Ou seja, trata-se de uma forma mais prática e fácil de visualizar investimentos.

Já para investidores qualificados — aqueles com certificação profissional ou que têm mais de R$ 1 milhão investido —, é possível escolher entre a marcação a mercado e a marcação na curva.

Compreender o que é a marcação a mercado é essencial para fazer escolhas mais inteligentes no mercado financeiro. Por meio dela, você pode entender a real situação dos seus investimentos e aproveitar oportunidades para obter ganhos maiores — em especial, na renda fixa.

Gostou do post? Quer ajuda para aproveitar a marcação a mercado e as oportunidades que o mercado financeiro tem a oferecer? Conte com o auxílio da nossa assessoria!

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